Na última quinta-feira, dia 25 de Agosto, tínhamos um encontro marcado com toda a equipe de professoras e professores do CIEJA Vila Maria/ Vila Guilherme.
Pinacoteca de São Paulo era nosso destino. Propomo-nos a mergulhar na exposição Arte no Brasil e fazer da nossa Reunião Pedagógica um momento de aprendizado, compartilhamento, inspirações, sorrisos e fortalecimento dos laços que nos constituem.
Recepcionamos a todos com uma apostila preparada com muita pesquisa e capricho, por meio desse material fazíamos um convite a todos os presentes a viajarmos pelas obras produzidas entre o século XVII e meados dos anos 1930.
Na pauta 3 perguntas disparadoras para refletirmos durante nossa visita:
Na pauta 3 perguntas disparadoras para refletirmos durante nossa visita:
- Como a arte pode dialogar com nossas aulas? Comente.
- Em que aspectos São Paulo pode ser entendida como uma cidade educadora? Explique.
- Na JEIF de 23 de agosto, comentamos sobre a descolonização do currículo. Partindo desse princípio, uma atividade como a que realizaremos poderá contribuir para a descolonização do currículo? Em que aspectos? Reflita sobre a questão e teça comentários.
Dando continuidade, viramos a página e cada um recebeu uma imagem diferente, formada por uma Nuvem de Palavras, e perguntamos aos professores se reconheciam as palavras presentes nas imagens. A profª Débora lembrou que aquelas palavras foram escritas pelos próprios professores na última JEIF, onde a comanda era registrar em uma única palavra o que para cada um significava a realização de nossa Reunião Pedagógica na Pinacoteca de São Paulo.
ARTE, CULTURA, LEVEZA, APRENDIZADO, REGAR COMO A CHUVA, CRIATIVIDADE, EXPRESSÃO, LIBERDADE, EDUCAÇÃO, EXPERIÊNCIA, CAMINHOS, BELEZA, foram algumas das palavras registradas.
Vejam que beleza ficaram nossas nuvens de palavras nos mais diversos formatos...
Na sequência, fomos para a nossa segunda Nutrição Estética perguntando ao grupo se alguém já havia experimentado a receita de Mais Educação à Moda da Casa. Alguns disseram que não, outros ficaram com ar de dúvida... e vamos a ela:
Receita de mais Educação à Moda da Casa
Ingredientes
Demos um tempo para que todos pudessem folhear a apostila para que pudessem se familiarizar com o material e mencionamos sobre o texto de apoio teórico: "Professor como pesquisador cultural - A pesquisa em arte: por que é importante a formação em arte? As linguagens: Linguagem visual".
Disponível em: http://pt.slideshare.net/EducacaoIntegralPTC/culutra-e-artes-49961282 - acesso 23/08/2016.
Por fim, antes de partimos para nossa visita guiada, fomos embalados pelas palavras de Hannah Arendt que trata sobre a Permanência do Mundo e a Obra de arte:
ARTE, CULTURA, LEVEZA, APRENDIZADO, REGAR COMO A CHUVA, CRIATIVIDADE, EXPRESSÃO, LIBERDADE, EDUCAÇÃO, EXPERIÊNCIA, CAMINHOS, BELEZA, foram algumas das palavras registradas.
Vejam que beleza ficaram nossas nuvens de palavras nos mais diversos formatos...
Receita de mais Educação à Moda da Casa
Ingredientes
Saia pelas
ruas e,
nos seus
vastos campos semeados de gente, objetos e relações,
colha um
punhado dos seguintes ingredientes:
Diversidade
Igualdade
Pertencimento
Intersetorialidade
Transversalidade
Protagonismo
Gestão
participativa
Autonomia
Envolvimento
Sustentabilidade
Espaços
públicos (do autêntico)
Quintais
(podem ser emprestados)
Leveza
Beleza...
... E um
bocado de gente.
MODO DE FAZER
Com muita
VONTADE e PAIXÃO, encadeie tudo em forma de rede,
integrando e
potencializando cada componente em suas particularidades,
sejam elas
fragilidades, sejam qualidades.
Esprema bem
para tirar qualquer vestígio de explicação e de exclusão.
Aos poucos,
a massa vai dando liga. Para que fique macia, vigorosa e saborosa,
Derrame
sobre ela vários frascos de criatividade.
Um pouco de
incerteza, um tanto de novidade,
Dosando,
criteriosamente, os ingredientes para a receita não desandar.
Ah! Não se
esqueça das dúvidas: sempre dão um toque especial,
Deixando, na
boca e no ar, a curiosidade
Sem
curiosidade não tem receita educativa que se sustente.
As
peraltices são bem-vindas, pois, mesmo que impliquem riscos,
dão um sabor
muito especial ao prato.
Se o imprevisto
cair assim de repente na panela, aproveite!
DICAS DO CHEF
O sucesso
dessa receita é proporcional à quantidade e à variedade de mãos que participam
de sua feitura. De todo credo, de todo jeito, de toda cor. Quanto mais gente
melhor!
Não se
assuste se o sabor de sua receita ficar completamente diferente daquele que
você provou em outro lugar por aí. É que essa receita, como a do pão de queijo
ou cafezinho, varia muito de acordo com o lugar. A temperatura do ambiente, a
cultura local e a intenção de quem faz podem mudar tudo, mas sempre
contribuindo para tornar o seu sabor mais especial.
Os
ingredientes podem ser adaptados, conforme a região. Por isso mesmo, o primeiro
passo é conhecer o lugar, seus frutos nativos, seus temperos usuais.
http://pt.slideshare.net/EducacaoIntegralPTC/territrios-educativos-para-a-educao-integral acesso em 22/08/2016.
Demos um tempo para que todos pudessem folhear a apostila para que pudessem se familiarizar com o material e mencionamos sobre o texto de apoio teórico: "Professor como pesquisador cultural - A pesquisa em arte: por que é importante a formação em arte? As linguagens: Linguagem visual".
Disponível em: http://pt.slideshare.net/EducacaoIntegralPTC/culutra-e-artes-49961282 - acesso 23/08/2016.
Por fim, antes de partimos para nossa visita guiada, fomos embalados pelas palavras de Hannah Arendt que trata sobre a Permanência do Mundo e a Obra de arte:
No caso das obras de arte, a reificação é algo mais que mera transformação; é transfiguração, verdadeira metamorfose, como se o curso da natureza, que requer que tudo queime até virar cinzas, fosse invertido de modo que até as cinzas pudessem irromper em chamas.[...]
Dissemos acima que esta reificação, esta materialização, sem a qual nenhum pensamento pode tornar-se coisa tangível, ocorre sempre a um preço, e que o preço é a própria vida: é sempre na "letra morta" que o "espírito vivo" deve sobreviver, um amortecimento do qual ele só escapa quando a tetra morta entra novamente em contato com uma vida disposta a ressuscitá-la [...].
Hannah Arendt em A condição Humana.
Momentos de nossa nutrição estética
Nutridos esteticamente estávamos
Começamos nossa visita parando diante de algumas obras e nos questionando sobre os sentidos delas. Além do mais pudemos circular entre as obras apreciando o que mais nos chamasse atenção.
Refletimos sobre a representação do brasileiro, do caipira, do indígena, do negro, da mulher na sociedade brasileira. Inclusive nossa guia, a Mel, nos contou muitas curiosidades e até algumas "fofocas" a respeito de alguns quadros.
Contudo, será que essas representações efetivamente nos representam? Questão válida ao refletirmos sobre a descolonização do currículo e pensarmos sobre nossa postura (passiva e submissa) diante de uma obra de arte em um museu.

Realizada a visita/ nutrição por meio dos quadros e das discussões, fomos tomar um delicioso café com pão de queixo e costurar as perguntas feitas no início da reunião aos temas levantados ao longo da visita.
A arte pode estar presente na escola em todas as áreas do conhecimento e não é necessária estar presente de forma pragmática/ ilustrativa, ou seja, pode aparecer como uma nutrição estética no sentido de trazer as grandes obras da humanidade para o ambiente escolar. Além do mais, a arte regional, local, do bairro precisa ser incorporada à escola. A arte pode permitir que a polissemia esteja presente no âmbito escolar favorecendo o desmonte de pontos de vista únicos.
É importante permitirmos o acesso a diferentes aparelhos culturais aos alunos tanto nas regiões consideradas mais cêntricas, como também nas regiões mais periféricas, especialmente nas regiões onde moram. E é fundamental ocorrer uma apropriação dos mais diversos espaços escolares como os próximos à escola. Mas o mais importante é que São Paulo como cidade educadora faça parte do currículo sem que este seja um elemento engessado.
Descolonizar o currículo é algo que deve estar presente em nossa reflexão e práticas. Contudo, realizá-lo de forma efetiva é algo que estamos começando a abordar. Na realidade é importante romper com visões clássicas construídas historicamente. Mas a grande questão que se coloca é como fazer isso. Enfim, saímos do encontro pensando em ampliar nosso(s) olhar(es) e tentar não ocupar apenas uma visão eurocêntrica, mas uma visão que valorize a diversidade mundial como também brasileira.
Marcos Eça e Viviane Moreiras/ 30-08-2016
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